Carta Veterinária e 45 dias de tratamento para a Chlamydophila psittaci

Não se assustem que isto não é por cá...mas não fica assim tão longe.
Recentemente fui entrevistado para uma revista espanhola do pessoal da Andaluzia no âmbito do software de gestão. No entanto, sabendo eles que eu era criador de Psitacideos, colocaram-me também algumas questões sobre as minhas aves. Uma delas deixou-me surpreendido porque não estava minimamente a par das leis em Espanha. Basicamente perguntaram-me se aqui em Portugal tinhamos algum problema para expor Psitacideos, visto que lá em Espanha os criadores que queiram expor têm de apresentar uma carta veterinária a comprovar o estado de saúde das aves e mais, têm de fazer um tratamento preventivo de 45 dias para a Chlamydophila psittaci.

Do ponto de vista Veterinário, fará isto algum sentido? O risco é assim tão grande?

Já se está mesmo a ver o que acontece nas expos por lá....psitacideos nem vê-los. Como será no Mundial em Almeria?

Boas, a ornitose (Chlamydophila psittaci), é considerada uma zoonose, ou seja, é uma patologia que nós humanos podemos apanhar das aves, que pode causar-nos pneumonias, e nos casos mais graves até a endocardites.
Talvez fazer uma prevenção dessas não será de toda descabida, devido à grande concentração de aves e de pessoas presentes numa expo, e por ser ainda um espaço fechado.
E não é apenas nos psitacídeos que a podemos encontrar, em todas as aves, e existem ainda os que não manifestam a doença, mas que são os portadores, esses são a fonte de maior perigo.
Cá em portugal seria uma boa ideia ao aplicar isso, porque poucos criadores fazem testes de despiste a patologias, sejam elas víricas ou bacterianas.

Pois de facto parece sério, no entanto, e como referes, fazer um teste de despiste deveria ser a única coisa necessária. O que daria origem a uma carta do Veterinário comprovando que a ave X não padecia do mal. Contudo, em Espanha obrigam a um tratamento preventivo de 45, o que é um tanto estranho. Na minha opinião não é viável e só prejudica a exposição de Psitacideos.

Sim realmente fazer tratamento sem se saber o que há, iria levar ao aparecimento de organismos cada vez mais resistentes, e isso não se quer.
O ideal seria, os criadores terem um certificado do plantel em como está livre de certas patologias, confirmado por um veterinário, e todos os anos, reforçar isso, fazendo apenas testes a 3/4 aves aleatórias do plantel no caso de sangue, ou uma amostra significativa no caso de fezes.